Questionamento

Por: Renata Estevam de Brito

Quando eu olho para as crianças,
procuro o sentido da sua inocência.
Elas buscam a felicidade genuína
Não sabem que dentro de si está sua própria destruição.
Olho as crianças e vejo os adultos inescrupulosos que um dia serão.
As crianças são puras e querem amor incondicional.
Crianças não imaginam o futuro que as espera.
Vivem no mundo ilusório do bom e do belo.
Crianças possuem dentro de si a semente do mal,
- a real natureza humana.
Quando menos se espera esta semente germina.
É a criança que cresce, é o ser humano que aparece.
O ser humano é dominado pelo ego.
O ser humano finge ser o que não é e procura a felicidade.
Destrói os sonhos de seus semelhantes.
O ser humano impulsionado por sua natureza,
gera a vida e semeia a morte por negócios.
O ser humano busca o porquê de sua existência,
mas não pode compreender a totalidade do universo.
O ser humano conhece o amor nos braços uns do outros
e cria ódio quando o amor se vai...
O ser humano pensa.
O ser humano sente.
O ser humano deseja.
O ser humano age.
Mas, o ser humano não chega a lugar algum.

Contemplando o ser humano que sou...
... Não descubro por que estou aqui.
Tudo parece incompreensível.
Algumas pessoas crêem no transcendente, outras não.
Algumas acreditam no Amor, outras o vivem.
Umas enxergam o ódio como forma de amar...
...E eu não sei o que é Amar...
Desejo satisfazer meu corpo.
Quero satisfazer minha alma.
Careço de provas a todo instante.
Preciso do tudo e do nada...
Eu preciso saber o porquê...
... Para poder entender...
De onde eu vim?
Por que eu vim?
Para onde eu vou?
Onde eu estou?
Nada me é referencial.

Parece que não agüentarei...
e na verdade, não sei se quero suportar.
Sei que colocar as coisas em ordem
de várias maneiras eu já tentei
e, quando paro pra pensar
desejo que o vento me carregue pelas esquinas da vida.
Quero ir com ele a conhecer as histórias das pessoas
que como eu estão a questionar
o mundo, a vida, a morte.
E quem sabe eu terei a sorte de minhas dúvidas sanar?
Quero saciar minha sede de justiça e piedade.
Quero acabar com os anseios que tiram a felicidade.
Quero ver de perto Quem fez isto tudo e olhar em seus olhos...
Não sei como eles serão.
Mas espero que deles saia a luz que me devolva a razão.
Quero que eles me libertem desde corpo corrompido.
Que é minha maldita prisão.